Dois acusados de envolvimento na morte da cantora gospel Sara Mariano tiveram mandados de prisão cumpridos por policiais da 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias d’ Ávila), na noite de terça-feira (14) e na manhã desta quarta (15), na Ilha de Itaparica e em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Bispo Zadoque e o motorista de transporte por aplicativo, Gideão Duarte, são investigados pela participação na ação criminosa que resultou na morte da vítima.
O titular da 25ª DT, delegado Euvaldo Costa, explica a suspeita de atuação dos acusados. “Conforme as investigações, o suposto líder religioso e o motorista de aplicativo são suspeitos de participação na logística e execução, bem como no ato de incendiar o corpo e na tentativa de omitir provas”, detalhou.
Ainda de acordo com o delegado Euvaldo Costa, o ex-marido de Sara ainda figura como mandante do crime. “As investigações apontam que o ex-marido da vítima deu valores em dinheiro para os autores e promoções artísticas para o suposto líder religioso. As investigações continuam, para individualizar as condutas dos envolvidos e identificar a possibilidade de mais participações”, informou.
A dupla foi identificada após diversas diligências investigativas, a exemplo da coleta de depoimentos de testemunhas, análises de imagens de câmeras de videomonitoramento da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) e de câmeras particulares, que auxiliaram nas investigações.
Laudos periciais são aguardados para complementar a apuração do caso. A filha da vítima também deve ser ouvida pela polícia até o final do mês.
De acordo com informações da TV Bahia, apuradas na 25ª Delegacia, o advogado de Gideão Duarte, Carlos Augusto Vaz, disse que a orientação é para que o suspeito fique em silêncio durante o depoimento. Ainda segundo a defesa, Gideão nega qualquer participação no crime e sustenta que apenas levou Sara Mariano até o posto onde a cantora foi recebida Pelo Bispo Zadoque.
Relembre o caso
A cantora gospel Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro. À época, Ederlan Santos, esposo da vítima, registrou um boletim de ocorrência, afirmando para a polícia que ela havia deixado a casa da família para participar de eventos religiosos.
Ederlan chegou a pedir, nas redes sociais, ajuda para reencontrar a esposa. Também publicou uma foto ao lado da filha do casal, uma adolescente de 13 anos.
Três dias após o desaparecimento, o corpo de Sara Mariano foi encontrado parcialmente queimado em uma área de mata nas imediações da BA-093, próximo à cidade de Dias D’Ávila (RMS). Ederlan foi o responsável pelo reconhecimento do corpo.
A polícia confrontou a versão de eventos religiosos dada pelo marido com a de um líder religioso ligado a Sara. Com o decorrer das investigações, informações deram conta da fragilidade no casamento. Em um áudio, a cantora chegou a declarar que pensava em se separar do marido por conta de seus comportamentos.
O corpo de Sara foi enterrado em Salvador no dia 30 de outubro.
De acordo com a Polícia Civil, Ederlan confessou o crime. O advogado do suspeito nega.