Às 6h da manhã desta segunda-feira (4), o Centro Histórico de Salvador ouviu o ressoar da alvorada e repique de sinos para marcar o início das celebrações à Santa Bárbara e Iansã.
A santa de origem turca é padroeira dos bombeiros e celebrada na Bahia entre os católicos e adeptos do candomblé, que no sincretismo religioso representa Iansã, orixá dos ventos e da natureza.
Vestidos de vermelho e branco, uma multidão se concentra na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. A tradicional missa campal está prevista para às 8h, e será presidida pelo capelão cônego Lázaro Muniz.
Saúde e força são os principais pedidos de Evandro Carvalho, de 55 anos, que saiu do bairro da Liberdade para reverenciar à santa. Ele chegou cedo no Pelourinho, acompanhado da mãe, Valdiva, de 84 anos. “Tomado pela fé e contagiado pela Cultura Bahia”, diz Carvalho sobre a devoção.
No dia de Santa Bárbara, a imagem deixa a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e é levada para o palco no Largo do Pelourinho. De lá, a procissão segue para o Quartel do Corpo de Bombeiros, corporação que tem Santa Bárbara como padroeira, também na região do Centro Histórico.
Devota há mais de 30 anos, dona Graça Maria de jesus, de 66 anos, fala emocionada. “Tudo que eu peço para ela, ela está ali presente, me ajudando, me glorificando e fortalecendo. Todas as procissões eu estou aqui. Saio junto com ela, retorno junto com ela. Não tem quem faça eu perder essa fé”, diz. Neste ano, o principal pedido de Maria é pela recuperação da irmã, que perdeu o movimento das pernas e está em cima da cama.
“Que ela venha derramando bênçãos para todos os brasileiros que estão precisando”, completa.
Os festejos à Santa Barbara abre o calendário de festas populares em Salvador. A festa é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBa), através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).