Holofote - BN
O empresário Oskar Metsavaht, dono da marca Osklen, que está sendo processado pelo cantor Caetano Veloso por uso indevido de imagem, irá apresentar um pedido de explicações à Justiça para que o artista esclareça as acusações feitas na última semana.
De acordo com a coluna de Monica Bergamo, do site Folha de S.Paulo, o pedido do empresário e estilista pode configurar como "eventual crime de calúnia" por parte do baiano. Para Metsavaht, Caetano usou termos "agressivos e desnecessários em suas declarações.
Em entrevista ao jornalista Ancelmo Gois, do 'O Globo', os representantes de Caetano afirmaram que a marca obteve vantagem indevida com a imagem do cantor com o lançamento da coleção 'Brazilian Soul', que teria feito referências ao Tropicalismo. Caetano processa a marca em R$ 1,3 milhão.
"Usaram a imagem do autor e do icônico movimento criado por ele para lançar e impulsionar as vendas de uma coleção de roupas com sua marca e, com isso, obter vantagens indevidas, locupletando-se ilicitamente de forma notoriamente parasitária."
Para Bergamo, o dono da Osklen afirmou que chegou a pensar em usar o nome do movimento tropicalista no trabalho de moda e foi aconselhado por especialistas jurídicos de que o termo, criado pelo artista plástico Hélio Oiticica em 1967, era de uso comum. No entanto, após um tempo, optou por seguir sem utilizar o nome.
Os advogados que representam a marca, José Luis Oliveira Lima, Rodrigo Dall' Acqua e Rogério Costa, pedem um esclarecimento por parte do artista "para melhor compreensão das condutas que eventualmente configurem o crime de calúnia", pelo qual podem ser processados.
A equipe do cantor, por meio da advogada Simone Kamenetz, afirma que Caetano está tranquilo quanto a ação e seguirá com o processo.
"Caetano tentou resolver a questão extrajudicialmente, mas infelizmente não foi possível, resultando nessa ação. Estamos muito tranquilos com relação ao processo, onde não consta calúnia alguma, apenas a apresentação dos fatos como se deram, fundamentada por farto acervo probatório. É notório que Caetano recebe propostas milionárias para fazer propaganda de produtos, e jamais aceitou usar de sua obra para esse fim. Daí o justificado inconformismo do artista quando vê sua obra associada a uma coleção de roupas."