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Na mira da FIFA e Conmebol, futebol brasileiro corre riscos
Esportes
Publicado em 18/12/2023

Silvio Tudela • Ibahia

Mais uma vez em sua longa história de disputas jurídicas e políticas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está envolvida em polêmicas. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, foi destituído do seu cargo porque uma decisão judicial considerou como ilegítima a eleição que o possibilitou chegar à presidência e gerir a instituição de 2019 a 2023. O dirigente ainda pode recorrer da decisão, mas tanto a FIFA como a Conmebol já se envolveram nesse imbróglio jurídico e sinalizaram que há ameaça de graves sanções à CBF, que podem interferir no destino da Seleção Brasileira e dos clubes nacionais.

As entidades manifestaram que, no caso de entendimento de que houve interferência de terceiros na gestão da confederação brasileira, pode, em caso de punição mais grave, suspender a CBF de participar de competições internacionais.

Apesar de ser uma possibilidade remota e improvável, as sanções das duas entidades, em casos extremos, teoricamente impediriam a Seleção Brasileira de disputar as Eliminatórias e, consequentemente, a Copa do Mundo de 2026, e até mesmo impedir a participação dos clubes brasileiros na Libertadores da América e na Copa Sul-Americana. É quase impensável que isso ocorra pelos gigantescos interesses econômicos envolvidos, mas a possibilidade existe.


				
					Na mira da FIFA e Conmebol, futebol brasileiro corre riscos
Tanto a FIFA como a Conmebol já se envolveram nesse imbróglio jurídico e sinalizaram que há ameaça de graves sanções à CBF. Foto: Joilson Marconne / CBF

Em carta enviada à CBF na última semana, a FIFA e a Conmebol expressaram preocupação com a decisão da Justiça comum de destituir o presidente Ednaldo Rodrigues, disseram que irão mandar representantes ao Brasil e pedem que uma nova eleição na entidade fique em stand-by até que essa visita seja concluída para uma análise da situação pelas federações internacionais.

As entidades que regulam e controlam o futebol mundial e sul-americano não reconheceram e entenderam como incorreta a nomeação do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, como interventor da CBF, feita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Na visão da FIFA e da Conmebol, quem deveria ter assumido a gestão da entidade, como estipulado no estatuto da confederação brasileira em caso de vacância nos cargos de presidentes e vices, seria Hélio Santos Menezes, o diretor mais idoso da CBF e responsável pela área de compliance e governança.


				
					Na mira da FIFA e Conmebol, futebol brasileiro corre riscos
Seleção Brasileira corre risco de não participar de grandes competições. Foto: Staff Images / CBF

O documento afirma, em seguida, que "a FIFA e Conmebol gostariam de expressar sua preocupação com os últimos desenvolvimentos e educadamente lembrar aos órgãos envolvidos da CBF que o estatuto obriga que conduzam os seus assuntos de forma independente e sem influência de uma terceira parte". Mais à frente, o texto afirma que, se as medidas do Tribunal de Justiça constituírem uma interferência, as duas entidades não terão alternativa além de curso de ação, além de aplicar as relevantes sanções na CBF.

A confusão inesperada pode atingir até mesmo o acordo alinhado verbalmente com Carlo Ancelotti e sua comissão técnica, que conversaram com o agora presidente afastado e deixaram acertado, por questões legais, sem nenhum documento assinado, que a contratação como técnico da Seleção Brasileira seria anunciada oficialmente em janeiro de 2024, para iniciar o trabalho em junho.

O futuro do futebol pentacampeão do mundo e da Seleção Brasileira, mais uma vez, segue indefinido!


				
					Na mira da FIFA e Conmebol, futebol brasileiro corre riscos
O futuro do futebol pentacampeão do mundo e da Seleção Brasileira, mais uma vez, segue indefinido!. Foto: Joilson Marconne / CBF
Imagem ilustrativa da coluna Tabus, tretas e troças com Sílvio Tudela
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