A última personagem em uma novela inteira foi Cornélia, em "A Dona do Pedaço" (2019). Depois de um intervalo de cinco anos com participações em séries e filmes no meio do caminho, Betty Faria, 83, agora é Belisa Góis de Macedo, uma mulher que mantém a pose dos tempos em que a família era milionária, mas agora está cheia de dívidas em "Volta por Cima".
Betty ri e a descreve. ''Não digo que ela é falida. Digo que é uma mulher 'economicamente prejudicada'. Mas, mesmo sem dinheiro, ela carrega aquele preconceito dos ricos que se acham melhor do que os outros. Triste isso", diz a atriz.
Ela conta que atendeu ao chamado da emissora para fazer a novela de Claudia Souto, lançada na última segunda (30). "Gosto de atuar e tem uma coisa muito importante: eu sou contratada. A Globo me chamou e eu vim".
A atriz considera uma indiscrição da repórter a pergunta sobre um contrato vitalício com a Globo. "Não falo sobre as minhas intimidades. Tenho um contrato com uma emissora que me deixou protegida durante a pandemia", reconheceu. "Tive colegas desempregados em situações terríveis, e eu tive a sorte de ficar em casa resguardada."
Ela também reflete sobre temas sociais que serão abordados em "Volta por Cima". "Vi a importância que essa novela tem nesse momento, onde extrema direita neofascista vai invadindo o mundo e a Globo colocar uma novela com protagonistas jovens pretos é inovador. Me senti muito bem de abraçar esse projeto. É uma proposta revolucionária".