Por Natália Santos e Nicholas Pretto | Folhapress
Ao olhar a lista de maiores bilheterias do cinema nacional, não demora muito para notar a onipresença das comédias, as obras mais bem-sucedidos da nossa cinematografia. A cada três filmes no ranking dos cem títulos brasileiros de maior público, dois são desse gênero.
A análise da reportagem considerou uma listagem da Ancine de filmes lançados entre 1995 -período da retomada do cinema nacional, após um longo período sem fomento ao setor- e 2023. Os dados de renda e público de cada obra abarcam informações relativas ao ano do lançamento e também reexibições.
Os gêneros dos filmes foram coletados no IMDB, portal que serve de base de dados para produções audiovisuais em todo o mundo. Vale ressaltar que uma obra pode pertencer a mais de um gênero.
A popularidade histórica da comédia teve como consequência uma maior ocupação desse tipo de longa-metragem nas salas de cinema do país. Entre as 45 mil salas que exibiram os cem filmes brasileiros de maior público, 30 mil receberam obras que tinham a comédia como um de seus gêneros.
Os 67 longas do gênero que aparecem no ranking venderam, ao todo, o equivalente a R$ 3,2 bilhões em ingressos, em valores corrigidos pela inflação. A cifra representa 64% dos R$ 5,1 bilhões acumulados por todos os cem filmes mais bem-sucedidos.
Quando se fala em comédia no Brasil, é importante lembrar o sucesso da franquia "Minha Mãe É uma Peça", protagonizada pelo humorista Paulo Gustavo. Seus três filmes foram exibidos em 3.347 salas, totalizando um público de 24,8 milhões de pessoas e uma renda de R$ 500 milhões.
O último longa da série, em tom de despedida, também é a comédia com maior público acumulado e a mais rentável. O filme arrecadou R$ 226 milhões e reuniu 10,9 milhões de espectadores. O segundo título com maior quantidade de espectadores é da mesma franquia, "Minha Mãe é uma Peça 2", com 9 milhões de ingressos e arrecadação de R$ 183 milhões.