A diretora, o diretor adjunto e o coordenador de segurança do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, foram afastados dos cargos após a fuga de 16 detentos da unidade na noite de quinta-feira (12). A informação foi divulgada na madrugada deste sábado (14), pelo secretário da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, José Castro.
A fuga dos 16 detentos contou com a ajuda de um grupo fortemente armado, que invadiu a unidade prisional e trocou tiros com os agentes de segurança. Enquanto isso, os presos perfuraram o teto de uma cela e usaram uma corda improvisada para pular o muro.
Segundo a Seap, essa foi a primeira vez que uma unidade prisional da Bahia foi invadida.
O objetivo da ação era libertar o chefe da facção criminosa Primeiro Comando de Eunápolis, Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dada. Os outros 15 detentos libertados também fazem parte da mesma facção criminosa.
Entenda como ocorreu a fuga dos detentos
A fuga ocorreu por volta das 23h, quando oito indivíduos chegaram ao local a bordo de um veículo. A TV Bahia apurou que os invasores dispararam tiros contra as muralhas e torres de vigilância, cortaram parte da cerca metálica com um alicate e acessaram uma das torres próximas ao canil e à horta.
Os fugitivos estavam no pavilhão B do Conjunto Penal. Eles usaram uma "teresa" — tipo de corda artesanal formada por lençóis — para fugir pela lateral do alambrado.
Em entrevista ao vivo no Bahia Meio Dia e, depois, por telefone com o g1, o coronel Luís Alberto Paraíso explicou que foram "duas ações simultâneas". De acordo com o PM, comandante de Policiamento da Região Sul, os internos perfuraram o teto de uma cela para fugir.
Essas informações não foram confirmadas pela Seap. Em nota, a pasta disse que "um grupo de homens fortemente armados invadiu o Conjunto Penal de Eunápolis e, após intensa troca de tiros com a segurança da unidade, abriram duas celas e 16 internos conseguiram fugir".
Ainda na sexta-feira, um dos suspeitos de invadir o presídio morreu em confronto com a Polícia Civil e outro foi preso. O suspeito preso não teve a identidade revelada. Ele confessou, durante o interrogatório, que receberia R$ 5 mil por participar da ação.
Ainda segundo a polícia, o homem afirmou ter recebido um fuzil para usar na operação. O plano previa que o armamento fosse recolhido após a fuga em troca do pagamento combinado. O suspeito preso não revelou os nomes dos demais integrantes do grupo.