Divulgação : PMMC

Por Ana Clara Pires Por Bahia Noticias

Além dos desafios em infraestrutura urbana e acessibilidade, Salvador enfrenta um grave déficit ambiental: a capital baiana é a segunda menos arborizada entre todas as capitais brasileiras. Conforme os dados do Censo Demográfico 2022 sobre Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, 65,6% da população, o equivalente a cerca de 1,57 milhão de pessoas, vivem em vias onde não há uma única árvore.

O índice é apenas ligeiramente inferior ao de São Luís (MA), que lidera o ranking com 65,7%. Na sequência, aparecem Rio Branco (AC) com 60%, e, no extremo oposto, estão Campo Grande (MS), Goiânia (GO) e Palmas (TO), onde menos de 12% da população vive em áreas sem arborização urbana.

Entre 2010 e 2022, a situação em Salvador piorou. O percentual de moradores em ruas sem árvores subiu de 60,4% para 65,6%, representando um acréscimo de 395 mil pessoas vivendo em espaços urbanos sem nenhum tipo de vegetação arbórea, um crescimento de 33,5% nesse contingente. Como consequência, a cidade saltou da 8ª para a 2ª posição no ranking nacional das capitais menos arborizadas.

A realidade baiana acompanha o cenário da capital. Em 2022, 50,7% dos baianos, cerca de 5,3 milhões de pessoas, moravam em vias sem qualquer arborização, colocando o estado como o 6º pior do país nesse quesito. Sergipe lidera com 61,2%, seguido por Santa Catarina (58,8%) e Acre (57,8%).

Já ao nível nacional, 1 em cada 3 brasileiros (33,7%) morava em ruas sem árvores em 2022. Esse número representa 58,7 milhões de pessoas. Embora o crescimento tenha sido pequeno em relação a 2010 (quando era 32,9%), a Bahia e Salvador seguem na contramão da tendência esperada de cidades mais verdes e sustentáveis.