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Denúncias de abuso sexual infantil na internet crescem 114% após vídeo de Felca
Por Administrador
Publicado em 15/08/2025 13:00
Cotidiano

Foto Edemir Rodrigues

Por Bahia Noticias

As denúncias de abuso e exploração sexual infantil recebidas pela SaferNet Brasil aumentaram 114% desde a publicação de um vídeo do influenciador e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que expôs como criadores de conteúdo monetizam vídeos com teor sexual envolvendo crianças e adolescentes nas redes sociais.

 

O vídeo, publicado em 6 de agosto e que ultrapassou 38 milhões de visualizações, denunciou a prática e chamou atenção para o uso de plataformas e códigos para comercializar esse tipo de material. Entre a data da postagem e 0h de terça-feira (12), a SaferNet registrou 1.651 denúncias únicas, contra 770 no mesmo período do ano passado.

 

A ONG, que há quase 20 anos mantém o Canal Nacional de Denúncias de Crimes e Violações de Direitos Humanos na internet, informou que no primeiro semestre de 2025 foram contabilizadas 28.344 denúncias, número 19% superior ao do mesmo período de 2024. Esse crescimento é considerado dentro da normalidade, após queda de 26% registrada no ano anterior.

 

O presidente da SaferNet, Thiago Tavares, atribuiu o aumento expressivo em agosto à repercussão do vídeo de Felca. Segundo ele, o material gerou um debate que não se via há anos no país sobre o abuso sexual infantil online, incentivando mais pessoas a denunciarem.

 

No vídeo, Felca destacou dois pontos já denunciados pela SaferNet: o uso do aplicativo Telegram para distribuir e vender conteúdo de abuso sexual infantil e o emprego de siglas, acrônimos e emojis para camuflar negociações e atrair vítimas. Entre os exemplos citados está a sigla “cp” (child porn), encontrada em grupos de troca e venda desse tipo de material.

 

A SaferNet ressalta que evita o uso do termo “pornografia infantil”, por entender que ele minimiza a gravidade dos crimes, que envolvem estupro, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

 

As denúncias recebidas pela organização são anônimas e, após filtragem e eliminação de duplicidades, são encaminhadas ao Ministério Público Federal, que avalia o mérito e, quando há indícios de crime, conduz as investigações cíveis e criminais.

 

Fundada em 2005, a SaferNet atua na promoção dos direitos humanos na internet, mantém canais de denúncia e ajuda a vítimas de crimes virtuais e desenvolve projetos educacionais sobre cidadania digital.

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