Foto A cantora Fafa de Belém - AFP
Por Ana Cora Lima | Folhapress
Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro, Fafá de Belém, 69, voltou a criticar a falta de representatividade do povo amazônico e a pouca presença de pensadores da região nos debates.
Chateada também por não ter sido convidada para participar da abertura do evento em seu próprio estado, a cantora desabafou: "Sempre fomos apagados. Não adianta fazer um espetáculo para o mundo e tirar os ribeirinhos de casa para que não participem. Não existe Amazônia sem nós."
Fafá seguiu com as críticas e fez um alerta: "Quando somos proibidos de fazer parte do espetáculo, atenção, algo está errado."
Mesmo de fora da programação oficial, a artista garantiu que marcará presença de outra forma: "Farei um espetáculo no Theatro da Paz, no dia 14, com o maestro João Carlos Martins, com ingressos populares e renda revertida para o povo de Santo Antônio. É o meu presente, a minha forma de entregar a COP ao povo do Pará", disse em entrevista ao jornal O Globo.
Ao comentar sobre as causas amazônicas mais urgentes, Fafá de Belém foi enfática: "O apoio às pesquisas da UFPA é fundamental. É preciso olhar e ouvir o nosso povo. A farmacopeia mundial nasceu das erveiras, das curandeiras. Elas precisam ser reconhecidas."
A cantora também falou sobre o cenário político atual do Brasil: "O Brasil é uma democracia jovem. O apoio ao Bolsonaro, as tentativas de substituição da nossa bandeira pela dos Estados Unidos — eu não vejo isso como um movimento de direita, e sim de ignorância."