O ativista LGBT Agripino Magalhães anunciou em sua rede social que abriu uma denúncia crime no Ministério Público de São Paulo, na última segunda-feira (10), contra o cantor Netinho e o humorista Carlinhos Mendigo. Segundo ele, a ação foi motivada por declarações e postagens recentes dos dois artistas consideradas homofóbicas e transfóbicas. 

Na queixa prestada às autoridade paulistas, Agripino baseou uma de suas acusações na entrevista que o cantor baiano concedeu ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (relembre aqui). No encontro, que foi divulgado no Facebook, Netinho teceu críticas a comunidade LGBT em relação a política do governo Bolsonaro, o qual ele é apoiador. 

"Se esse pessoal LGBT não vivesse de acordo com o fiofó, porque eles vivem assim, pensando no fiofó, estariam hoje comandando o Brasil junto com o Jair (Bolsonaro), apoiando o Jair, ia ser maravilhoso. Mas eles foram doutrinados a enxergar a vida pela lente do fiofó", declarou. 

A denúncia prestada contra o humorista Carlinhos Mendigo, por sua vez, foi baseada em uma publicação feita no Instagram. O ex-“Pânico” compartilhou em seu perfil uma montagem ofensiva com a imagem de Thammy Miranda e o filho. O conteúdo da publicação debochava da relação paternal entre os dois e exibia uma foto do filho de Gretchen antes da transição de gênero. 

“Desde que a LGBTfobia foi equiparada ao crime de racismo no STF, qualquer LGBT que se sentir ofendido por uma ofensa LGBTfóbica (homofobia ou transfobia) pode processar o autor das ofensas, uma vez que não se trata de um mero crime de injúria pessoal, mas sim de ofender toda uma população LGBT, um grupo de pessoas. A LGBTfobia não é compreensível e precisa acabar! É para isso que a gente luta! Não diminua o peso de algo que mata muitos de nós LGBT todos os dias”, declarou Agripino Magalhães.