A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um alerta aos governos de países muitos populosos nesta segunda-feira (7). A orientação é que já comecem a preparar o plano para concretizar o processo de vacinação contra a Covid-19. De acordo com o entidade, será uma operação sem precedentes e envolverá uma ampla estrutura.
Durante uma transmissão online, a OMS apelou para que governos e políticos sejam "honestos" com suas populações sobre a pandemia e que não vendam "soluções mágicas". "As pessoas não estão procurando unicórnios", disse Mike Ryan, diretor de operações da agência, ao ser questionado sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro de promover aglomerações, promover a cloroquina e minimizar a doença.
Soumya Swaminathan, diretora-científica da OMS, destacou como a operação de vacinação não será como o que já existe pelo mundo. "Não estamos em uma campanha com crianças, mas adultos e grupos vulneráveis", disse. "Será um desafio", alertou.
De acordo com ela, governos já precisam iniciar seus planejamentos sobre como os profissionais de saúde serão treinados, se existe estrutura, seringas e dados sobre a população.
Além disso, a OMS alerta para a necessidade de que governos considerem como realizar a distribuição das vacinas para que os produtos cheguem de "maneira correta e ética" às pessoas que mais precisam. O alerta sobre a dimensão do projeto de vacinação ocorre num momento em que governos vêm tentando passar mensagens de que o processo de imunização estaria próximo, algo que a OMS nega.
Para a entidade, campanhas de grande escala apenas ocorrerão em meados de 2021. No caso do Brasil, uma adesão do país à aliança mundial de vacinas poderá custar mais de R$ 4,4 bilhões para que o governo garante a vacina para 20% da população.
Até o dia 18 de setembro, um contrato terá de ser fechado entre a OMS e o Brasil e, em outubro, o pagamento da primeira parcela de 15% do valor deve ser realizada. As informações são do UOL.