“Eu sofri muito com a mídia, com a mídia negativa de pessoas que, por motivo pessoal comigo, me massacraram. Minha família, minha avó, minha mãe se depararam várias vezes em hospitais. Eu dentro da cadeia, onde estive, eu sofri tanto devido à mídia. Mas com o tempo, muita gente lá dentro começou a ver o que aconteceu”, contou.
Questionado pelo repórter se foi ele que matou William, Sheik não respondeu à pergunta e disse que “no momento oportuno, no momento certo, a Justiça vai esclarecer os fatos, o que realmente aconteceu”. Ele também negou que conhecia a vítima, informação diferente dada em depoimento em junho de 2019, quando citou uma rixa antiga com o grupo de William.
Na mesma entrevista, Iuri negou que fosse “um homem rico, milionário”, e que a “verdade vai vir à tona”, frente a pessoas que acabaram lhe julgando, falando coisas que não existiam ao seu respeito. “Amadureci muito no tempo que estive preso, ali é uma escola da vida. Busquei o manual da vida, que é a bíblia, você busca a Deus. Vi que bens materiais e que dinheiro não são nada”.
Respondendo o processo em liberdade, ele disse que planeja lançar um livro, com detalhes sobre o seu tempo encarcerado: “O livro pretendo colocar ‘Iuri Sheik: Do ápice ao colapso’, contar histórias mesmo que aconteceram na minha vida. Histórias de superação. Eu estive no auge, em fração de segundos eu desci e agora eu vou voltar de novo, em nome do Senhor Jesus”.
O QUE DIZ A DEFESA
Os advogados que representam Iuri Sheik e que também estiveram presentes na entrevista explicaram que, apesar do caso ter acontecido em Santo Antônio de Jesus, a “maioria das testemunhas residem na comarca de Salvador”. Eles também informaram que o processo está na fase de produção de provas e que a pendência é a realização das audiências.
“A gente buscou a celeridade ao máximo do processo. Acontece que, por conta do atraso da marcação da audiência e oitiva das testemunhas, essa audiência acabou sendo remarcada um pouco distante, configurando assim excesso de prazo. Nesse sentido, a gente buscou o Tribunal de Justiça, em via de habeas corpus, para que ele pudesse responder o processo em liberdade. De forma clara e cristalina, o desembargador Eserval Rocha, da 1ª turma, ele entendeu que Iuri tinha capacidade de responder o processo em liberdade e que a prisão dele tinha se tornado ilegal e foi relaxada”, explicou a defesa.