Os pesquisadores britânicos relatam que houve um aumento nas mortes por câncer devido a álcool em adultos acima de 60 anos ou mais. O estudo acompanhou 135.103 adultos nesta faixa etária durante 12 anos. Quebrando assim, a crença de que o consumo leve ou moderado é bom.
Os pesquisadores não encontraram redução nas mortes por doenças cardíacas entre os consumidores moderados, independentemente de seu estado de saúde ou status socioeconômico, quando comparados com bebedores ocasionais.
Nos Estados Unidos e também no Brasil, uma dose padrão equivale a 14 gramas de álcool puro (encontradas em 350 ml de cerveja, 150ml de vinho ou 45 ml de destilados). O consumo leve foi definido no estudo como uma ingestão média de até 20 gramas de álcool (570 ml de cerveja, 200 ml de vinho e 60 ml de destilados, cerca de 0,7 doses padrões) por dia para homens e até 10 gramas (cerca de 285 ml de cerveja, 100 ml de vinho ou 30 ml de destilados, cerca de 1,42 doses padrões) diários para mulheres.
"Não encontramos evidências de uma associação benéfica entre o consumo leve e a mortalidade", afirmou Rosário Ortolá, professora assistente de medicina preventiva e saúde pública na Universidade Autónoma de Madrid e principal autora do estudo, publicado no JAMA Network Open. Por outro lado, ela acrescentou que o álcool provavelmente eleva o risco de câncer "desde a primeira gota".
Os resultados somam-se a um crescente corpo de evidências que estão mudando o paradigma da pesquisa sobre o álcool. Cientistas estão adotando novas metodologias para analisar os riscos e benefícios do consumo de álcool, em uma tentativa de corrigir falhas percebidas em estudos anteriores, que indicavam benefícios no consumo.