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Conheça as candidatas a vacina contra a Covid-19 e previsão de distribuição
Saúde
Publicado em 25/11/2020

É grande a ansiedade e expectativa para que o martelo das agências reguladoras seja batido e alguma das candidatas a vacina contra a Covid-19 seja finalmente autorizada. O Brasil aprovou quatro estudos para vacinas contra Covid-19, mas há seis entre as principais candidatas em todo o mundo. Os testes estão sendo conduzidos em voluntários, principalmente em profissionais que estão na linha de frente de combate ao coronavírus.

 

Imagem: Priscila Melo/Bahia Notícias

 

O Bahia Notícias fez um resumo de quais são os principais imunizantes disponíveis, quais são os desafios de cada uma e as projeções de distribuição no país.

 

VACINA DE OXFORD / ASTRAZENECA
A vacina de Oxford foi desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. O imunizante está na fase de testes clínicos. Que significa que está sendo aplicada em humanos no Brasil e em outros países. A Anvisa aprovou o estudo em 2 de junho.

 

Salvador é uma das cidades em que os testes foram aplicados. Além da capital baiana, os ensaios clínicos ocorrem no Rio de Janeiro e São Paulo.

 

Resultados de estudos preliminares da fase 3, divulgados nesta segunda-feira (23), mostrou eficácia entre 62% e 90%, a depender da dosagem. A maior proteção é dada em duas aplicações: uma de metade da dose e outra da dose inteira. Os dados ainda não foram revisados por outros cientistas nem publicados em revista científica. 

 

Uma Medida Provisória assinada em agosto pelo Presidente Jair Bolsonaro, prevê um crédito orçamentário extraordinário de R$ 1,9 bilhão, e garante a entrega de 100 milhões de doses da vacina de Oxford ao Brasil, além da transferência de tecnologia ao país. Uma das facilidades do imunizante é que ele pode ser armazenado em um refrigerador comum.

 

Do total, R$ 522,1 milhões, para as despesas necessárias ao processamento final da vacina por Bio-Manguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produtora de imunobiológicos.

 

CORONAVAC / SINOVAC - EM PARCERIA COM BUTANTAN
No centro da atual rusga política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o primeiro lote da vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac já está no Brasil. Aqui o Instituto Butantan será o responsável pro produzir o imunizante. 

 

Os testes da Coronavac foram aprovados pela Anvisa em 3 de julho.

 

Nesta segunda-feira (23) o governo de São Paulo anunciou que os testes clínicos da Coronavac, entraram em sua fase final e atingiram o número mínimo necessário de infecções entre os voluntários para que a análise de eficácia do produto seja feita. 

 

A avaliação já começou e deve ter seus resultados divulgados no início de dezembro.

 

Para garantir a eficácia, serão administradas duas doses da vacina, com intervalo de 14 dias. Ela pode ser armazenada em temperatura de geladeira de 2 a 8 graus Celsius, permanecendo estável por até três anos. Nos testes, metade dos participantes recebe um placebo que não tem efeito farmacológico, e a outra metade, o produto vacinal. 

 

A partir dos resultados do testes, os dados serão enviados imediatamente para a Anvisa. Se aprovado no prazo expresso esperado pela emergência sanitária, em janeiro haverá 46 milhões de doses compradas da China prontas para serem aplicadas.

 

Uma equipe técnica da Anvisa viajou para a China com o objetivo de inspecionar as fábricas da Sinovac e a Wuxi Biologics, que produzirá parte da vacina de Oxford.

 

BIONTECH E PFIZER
O estudo para as vacinas desenvolvidas pela BioNTech e Wyeth/Pfizer foi aprovado pela Anvisa em 21 de julho. Apontada como uma das mais promissoras contra a Covid-19, a vacina da farmacêutica americana Pfizer com a alemã BioNTech mostrou 95% de eficácia. Ela também não apresentou problemas de segurança, segundo relatado pelas empresas nesta quarta-feira (18).

 

A Pfizer, fez pedido de aprovação de emergência, nesta sexta-feira (20), ao governo dos Estados Unidos.

 

O anúncio foi feito pelo próprio governo norte-americano, a quem é direcionado o pedido de autorização por meio da agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês).

 

A vacina da Pfizer/BioNTech foi a primeira a ter os resultados preliminares da fase 3 de testes anunciados. No último dia 18, o resultado do estudo final dos dados da fase 3 concluiu a segurança do imunizante e a eficácia de 95%. Porém, há uma dificuldade de logística. O produto precisa ser armazenado e transportado a uma temperatura de -70° C, embora possa ser mantido em geladeira por até cinco dias, ou por 15 dias em uma caixa com temperatura controlada.

 

A decisão sobre a autorização ou não para uso emergencial da vacina da Covid-19 da Pfizer nos EUA deve ocorrer a partir dia 10 de dezembro. 

 

SPUTNIK V
A vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 demonstrou eficácia "acima de 95%" 21 dias após a segunda dose da vacina e 42 dias após a primeira dose. As informações sobre o imunizante foram divulgadas nesta terça-feira (24) por autoridades do país.

 

A vacina Sputnik V foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. Os dados ainda são preliminares e não foram publicados em revista científica.

 

A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina para a Covid-19, ainda no mês de agosto. Dúvidas e questionamentos foram levantados na ocasião na comunidade científica, por causa da fase três dos testes e da vacinação me massa.

 

Dados divulgados anteriormente pelo país indicavam que a Sputinik V apresentava eficácia de 92% um dia após a aplicação da segunda dose (e 21 dias após a aplicação da primeira dose).

 

O Fundo Soberano da Rússia (RDIF) e o Governo da Bahia assinaram um acordo de cooperação para o fornecimento de até 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, a primeira contra coronavírus registrada no mundo. O acordo permitirá que a Bahia, por meio da Bahiafarma, comercialize a vacina em território brasileiro, com a possibilidade de entrega a partir de novembro de 2020, desde que aprovada pelos órgãos reguladores do Brasil.

 

A vacina Sputnik V está sendo avaliada, na fase três, em aproximadamente 40 mil pessoas em todo o mundo. No Brasil, o Governo da Bahia, por meio do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Couto Maia, submeterá a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para testes clínicos em 500 brasileiros. 

 

Uma das facilidades da vacina é que ela pode ser armazenada em um refrigerador comum. Além disso, eles estudam uma possibilidade de "vacina seca" para permitir o envio para regiões mais remotas.

 

MODERNA

A Moderna, empresa de tecnologia dos Estados Unidos, desenvolveu uma "vacina de RNA", chamada mRNA-1237. A proposta é utilizar parte do código genético do coronavírus é injetado no corpo. Isso começa a produzir proteínas virais, mas não o vírus inteiro, o que é suficiente para treinar o sistema imunológico para atacar.

 

Em 16 de novembro, a Moderna anunciou que o imunizante desenvolvido é 94,5% eficaz na prevenção da Covid-19. O dado resulta de análise preliminar dos estudos da fase 3 de testagem. O resultado ainda requer divulgação em revista científica e análise por pares.  

 

Os testes envolvem 30.000 voluntários. A análise provisória da Moderna incluiu 95 participantes com casos confirmados de covid-19. Dentre eles, apenas 5 infecções ocorreram naqueles que receberam a vacina.  

 

O imunizante se mantém estável em temperatura de geladeira por 30 dias, mas para armazenar por mais de seis meses precisa estar a -20° C.

 

JOHNSON & JOHNSON

O imunizante desenvolvido pela farmacêutica Janssen, que pertence à multinacional Jhonson e Jhonson (J&J), está na frase 3 de testagem, mas ainda não apresentou resultados preliminares. O anúncio de início da etapa foi feito em setembro de 2020.

 

Conforme o anúncio, cerca de 60 mil pessoas seriam testadas em países como  Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos. Ao contrário de outras candidatas, a imunização terá dose única.

 

A perspectiva da desenvolvedora é de que a vacina seja lançada em 2021, com preço inferior a US$ 10 por unidade. 

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