Oito meses. Esse foi o período de estrelato de uma das bandas mais emblemáticas do Brasil. Essa trajetória é contada em "Mamonas Assassinas: O Filme", longa que estreou nos cinemas na quinta-feira (28) e que narra o surgimento e a ascensão do grupo nascido em Guarulhos (SP). A pré-estreia aconteceu em Salvador, no último dia 19 de dezembro, e o iBahia assistiu.
No elenco, estão Ruy Brissac (Dinho), vocalista, Alberto Hinoto (Bento Hinoto, guitarrista), Adriano Tunes (Samuel Reoli, baixista), Robson Lima (Júlio Rasec, tecladista) e Rener Freitas (Sérgio Reoli, baterista).
Os cinco, principalmente Ruy, conseguem transmitir bem de maneira visual como eram os integrantes da banda durante os shows. É interessante assistir as cenas musicais e ter um gosto de como eram as interações em cima do palco. O figurino, nesse momento, também merece destaque, já que reproduz fielmente os trajes clássicos do grupo. Porém, esses são os únicos pontos positivos presentes no filme.
Com uma construção confusa e sem ritmo, a história se desenrola a partir de cenas mal conectadas e que se escoram em ganchos de roteiro repetitivo e caricato, como nos momentos em que são mostrados os processos de criação de algumas canções.
Esse estilo narrativo também fica fortemente presente nas cenas dramáticas que envolvem questões pessoais de cada integrante. Acontecem brigas com diálogos simplórios e discursos rasos sobre o significado do sucesso, tudo isso a partir de uma cadência que não equilibra bem o peso de cada personagem, nem os dá a chance de serem bem desenvolvidos até o final.
No meio dessa mistura, ainda surgem personagens secundários que também se perdem na montagem e só deixa quem assiste mais perdido do que entretido em relação a uma das histórias mais ricas da música nacional.
Tão acelerado quanto o sucesso do grupo, mas sem a mesma capacidade de deixar boas lembranças, "Mamonas Assassinas: O Filme" é uma daquelas produções que cativam mais os fãs do que, por exemplo, um público nascido nos anos 2000 e que busca conhecer a banda de forma profunda.
Com hits eternizados, entrevistas, nos termos de hoje, "virais", e com integrantes capazes de conquistar qualquer um pelo carisma, os Mamonas Assassinas mereciam mais leveza e organização ao terem a própria história sendo contada.